Hello, hello 💜
Hoje acertamos o dia da news, mas bagunçamos o horário. Ainda não me decidi se vou trocar o dia desta publicação, por hora seguimos assim e vou avisando vocês rs
Nesta edição divido contigo uma coisa estranha que percebi essa semana, sabe quando antes mesmo de formular um pensamento, você se pega abrindo a IA pra te dar uma resposta? Bom, caso não saiba, te explico, porque foi isso que aconteceu comigo.
Foi no automático. Como se a mente tivesse tão acelerada a ponto de você tentar procurar a resposta antes mesmo de pensar na pergunta. E por um segundo, me vi tentando lembrar qual foi a última vez que exercitei um raciocínio inteiro sozinha.
Será que a gente ainda sabe pensar ou só sabe pedir resposta?
Não sei se isso te assusta. Mas me assustou. E desde então, eu tenho pedido pra IA me explicar o raciocínio por trás das respostas. Acho que fiquei com medo de parar de exercitar o pensamento, de atrofiar o músculo da dúvida, de depender demais do pronto. Quero aprender o pensamento, não só consumir o atalho.
Pensar tem dado trabalho demais. Não o pensar em si, mas o esforço que estamos fazendo pra continuar mantendo a vontade de pensar de fato. E quando até o pensar começa a ser terceirizado, o CRIAR então quase desaparece.
Talvez essa seja a mesma lógica por trás de tanta gente que ainda acredita que só "visualizar o sonho" já é meio caminho andado. Eu já fui essa pessoa. Caderno de gratidão, quadro dos sonhos, afirmações positivas em voz alta, o combo completo.
Mas aprendi na prática que a execução ainda reina. Nada contra se sentir bem com você mesma. Nada contra vibrar alto. Mas entre manifestar e movimentar tem um abismo. E só um deles entrega resultado.
Hoje eu sei que boa parte disso era uma forma bonita de adiar o confronto com a realidade de que a vida não entrega nada que a gente não se comprometa a construir.
Sabe, eu tô numa frase engraçada essas semanas, voltei a ouvir uma playlist de pop punk dos anos 2000 no spotify. Guitarras rápidas, letras esgoeladas, uma raiva embalada em melodia. Me lembrei de quando eu achava que era a própria Avril Lavigne, sem a gravata, mas com a vontade de ser diferente. Eu me vi ali, naquela menina de bermuda larga e skate na mão, que acreditava que ser diferente era o melhor que se podia ser.
E naquela época, pelo menos, o “diferente” vinha de dentro. Hoje olho ao redor e a sensação é de que todo mundo tenta parecer autêntico, copiando o que deu certo pra outra pessoa. Tanta gente tentando parecer diferente e ficando cada vez mais igual.
A gente fica tão centrado no que quer dizer, que esquece de quem tá tentando alcançar. Esquece que relevância não é pura visibilidade. Você pode ter mil seguidores, mas se sua marca é rasa, repetitiva, igual a de todo mundo, você só é mais um perfil ecoando frases do coach americano da semana.
Você não precisa de mil fãs. Você precisa de gente que se importe com a mesma causa em comum. E isso se constrói entregando algo tão bom que você mesma pagaria por ele. Talvez você esteja buscando visibilidade demais quando o que realmente precisa é intimidade.
Recentemente li algo que confirma esse caminho:
“O foco está saindo das grandes audiências para os microinfluenciadores, que lideram comunidades menores, mas altamente engajadas.”
As microcomunidades estão ganhando força. Nichos hiperespecíficos estão vencendo os algoritmos por vínculo. Porque engajamento genuíno tem mais valor do que audiência silenciosa. E isso muda tudo.
Direcione seu tempo e energia para nutrir quem já está por perto.
Pessoas que compartilham valores com você. Que escutam. Que respondem.
Que não estão ali só pela estética da sua marca, mas pelo que ela desperta.
Só que pra chegar nesse ponto, sua ideia precisa sair da cabeça. O seu projeto só vai fazer sentido se deixar de ser só seu. Ele precisa sair da sua cabeça e virar algo concreto. Porque até os pensamentos, quando bem estruturados, viram livro. E livro é projeto lançado. Livro é ideia viva.
Se você está esperando clareza, tempo livre, autoconfiança plena… Talvez esteja esperando demais. Talvez precise só aceitar que criar é um processo sem garantias. Começa pequeno. Começa sem aplauso. Começa porque algo em você não quer mais guardar.
E se você ainda não sabe por onde começar, pensa nisso aqui:
O melhor projeto paralelo não é o que repete seu trabalho atual. É o que te devolve potência. É o que te ajuda a expandir uma habilidade, ativar uma curiosidade adormecida, apoiar outras pessoas com algo que você gosta de fazer.
Sim, existem hobbies que são só pra você. Mas talvez o que você gosta de fazer possa ser o começo de algo maior, sem perder o prazer, sem perder a leveza.
Então antes de abrir a IA pra pedir mais uma resposta pronta, experimenta fazer uma pergunta pra si: o que que tá só na sua cabeça hoje e precisa ganhar forma no mundo?
Talvez não seja uma resposta que vem em 3 segundos.
Mas é uma que só você pode escrever.
Tá rede vizinha…
Até semana que vem,
Um abraço 💜